Eu não sou o meu carro, eu não sou meu cabelo, esse nome não sou eu.. muito menos esse corpo.
Não tenho cor nem cheiro, não pertenço a lugar algum.
Eu posso ir e vir como eu quero ... Nada me toca nem aprisiona ... Vou pairando leve, leve.... Acima da carne e do metal.
Eu possuo muitas coisas e nada disso me possui.
Eu não sou a comida que eu como, não sou a roupa que eu visto.
Não espere por uma resposta, porque eu não tenho explicação. 
Eu não sou a minha casa, não faço parte da minha rua... Vou pairando leve, leve.... Acima da carne e do metal. 
Eu possuo muitas coisas e nada disso me possui.
Espíritos são livres, espíritos passeiam por aqui



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(Só de passagem - Pitty)

Tenho de aprender a viver sozinha; a não projetar a minha felicidade em outras pessoas.. viver para mim, ser minha e me amar.

E lá estou… Em silêncio, retocando cada centímetro de rosto para esconder cada milímetro de alma machucada. Não é assim que fazem? Não é assim que ensinam em todas as revistas femininas? Ensinando todos os dias que as mulheres não devem ter coração, devem apenas ter inúmeros homens sem qualquer futuro atrás, para que o ego seja sempre massageado e se mantenha inflado. E no final das contas, acabamos sempre mais solitárias do que antes de entrar nesse jogo doentio. Terminamos com um olhar fixo direcionado para o nada, pensamentos vazios, café e com uma mistura de cheiros desconhecidos, de homens que nunca mais veremos. Nesse momento me pergunto: Quando é que valeu a pena não ser de ninguém?

Quem não sabe amar fica esperando alguém que caiba nos seus sonhos.

(Cazuza)